Perdas

"Você aprendeu alguma coisa. Isto sempre parece, à primeira vista, como se tivesse perdido alguma coisa." [George Bernard Shaw]

Está parecendo que, dessa vez, escrever não será suficiente para amansar a grande fera chamada Pensamentos, que me persegue, que quer me denegrir, que insiste em acusar você. Que pena que ela tem a minha visão para torná-la mais forte... Mesmo assim vale a tentativa, serão alguns poucos sedativos ou até mesmo uma fonte de alimentação, mas a omissão não é a melhor escolha se vem de mim.

Bom demais para ser verdade: você completamente meu e de mais ninguém. Meu no passado, meu no futuro e unicamente meu no presente. Bom demais para ser verdade de todo. Bom demais para ser uma mentira sua ou um engano de minha parte: nós dois sendo um, transbordando um ao outro, com compreensão infinita, conflitos amenizados pelo que sentimos de melhor um pelo outro.

Foi pretensão minha achar que você não iria me decepcionar, que só me faria bem o tempo todo. Esqueci-me de um detalhe: você é homem... Não pensei que havia uma parte em "sempre surpreendente" inclinada ao mal. Nem cheguei a pensar que iríamos beirar uma cogitação de separação. Ruim demais para ser nossa verdade.

Isso já foi dito: "Seu amor tem preço; Eu não costumo pagar!" Entretanto, preços estão sendo pagos agora. E são caros! O meu temor se transformou em raiva. Minhas impressões reprimidas transformaram-se em visões reais que me verteram lágrimas. Seu amor inabalável foi forte o suficiente para te magoar, mas não forte o suficiente para tirar do nosso caminho as pedras que nos fizeram tropeçar e rolar até o poço em que nos encontramos. Preços estão sendo pagos, mas quem são seus cobradores? Nossas atitudes, nossos atos inconscientes ou razões externas que encontraram brechas em nossa sólida estrutura (agora tão frágil)? Eu não sei responder, por isso pergunto, e acho que você também não saberá responder.

Por que eu sempre duvido de quem você realmente é? Será que é por que suas atitudes acabam me provando o contrário em algum momento? E quando tento aliviar a dúvida, seguir o seu conselho e considerar as suas atitudes boas, alguma outra coisa acontece. Difícil! Há coisas às quais eu nunca irei me adaptar.

Não quero jamais pensar em viver sem você, mas não poderia viver sem mim, então, nesse caso, sim, abro mão de você. Você tem certeza de que não há mais nada do seu antigo "eu" aí? Porque já me esforço para relevar uma série de coisas, mas com ele eu jamais irei conviver! E há muito do meu antigo "eu" aqui, que resolveu reaparecer porque você o trouxe de volta. Nada muito fácil de suportar, eu admito.

Eu aprendi a dizer a verdade. Perdi a oportunidade de não magoar alguém. Eu aprendi a calar minha voz. Perdi a resolução de um problema. Eu aprendi a olhar o lado bom das coisas. Perdi a minha consiência, o meu senso de realidade. Estou aprendendo a confiar em você. Estou perdendo a paciência de vez. Aprendi a amar você. Estou perdendo a minha liberdade. Aprendi a não ter medo. Perdi o senso de perigo. Aprendi a ser eu mesma. Perdi a fraqueza e um pouco da noção. Estou aprendendo a esquecer. Estou perdendo a sensibilidade. Aprendi a ser esperta. Perdi a inocência.

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