Esse texto que estou escrevendo foi motivado quando li a notícia “Morre homem que ficou preso injustamente por 19 anos”, publicada no Portal Pernambuco.com. Só a leitura da manchete me fez parar e refletir: “Caramba, quase duas décadas de horror! Quanto tempo da vida perdido, e ainda mais porque ele foi preso injustamente!”
Aquilo me fez sentir revolta, pois comecei a lembrar de uma situação que estou vivendo com um certo alguém. Aquele homem perdeu 19 anos da sua vida e tem gente que fica se deleitando em mágoas e rancores, trazendo sofrimento pra ele e pra mim (mais do que o necessário, pois já basta tudo o que passamos... PASSOU, tudo está diferente, pare e observe!), impedindo possíveis realizações, bloqueando felicidade, empacando a vida!
Foi inevitável a frase que se formou em minha mente: “Tem gente que faz por onde não se revolver e não valoriza a vida, fica perdendo tempo!” Eu juro que não foi minha intenção pensar assim, pois tenho o maior respeito pela pessoa e estou lutando contra um transtorno infernal chamado “ansiedade”. Ora essa, se não é o tempo o maior rival da ansiedade! E pensar em perda de tempo não ajuda em nada... É preciso ter paciência mesmo.
Mas... Desabafos à parte, vamos voltar ao caso do Sr. Marcos Mariano da Silva, que passou 19 anos preso injustamente e faleceu ontem (22/11), aos 63 anos. Ele foi encontrado sem vida pela esposa, Lúcia, por volta das 20h, na casa da família em Afogados, bairro do Recife. Durante o tempo que ficou detido, estilhaços de uma bomba lançada durante uma rebelião o atingiram, deixando-o cego de um olho. Pouco tempo depois, perdeu a visão no outro olho.
Ao ser preso, Marcos foi abandonado pela primeira esposa e pelos filhos. No período em que ficou na cadeia, conheceu Lúcia, com quem adotou uma criança. Em 2006 o Superior Tribunal de Justiça (STJ) ordenou que o governo do estado o indenizasse em R$ 2 milhões.
Capitalistas... Esse dinheiro trará a vida que lhe foi roubada? Esse dinheiro nem pôde ser aproveitado por ele, pois a morte o ceifou antes que ele pudesse ver toda a quantia!
O major Roberto Galindo, ex-diretor do Aníbal Bruno foi quem descobriu que Marcos era inocente. Segundo ele, o detento contava que em 1976 um homem ferido havia se debruçado sobre seu carro, manchando o veículo de sangue, no Cabo de Santo Agostinho. O homem morreu e a Polícia Civil do município acusou Marcos de ser autor do crime. Quatro anos depois, o verdadeiro assassino foi capturado e Marcos foi solto, mas um policial que estava na operação que o prendeu da primeira vez o reconheceu na rua e, dizendo que ele havia fugido, levou-o de volta ao Aníbal Bruno, onde passou mais 15 anos atrás das grades. “Prenderam ele e não houve flagrante nem inquérito aberto. Todo dia ele me dizia que era inocente, até que resolvemos fazer um mutirão com casos antigos e descobrimos”, relembra.
Eu fico imaginando a aflição daquele homem! Pagar pelo que não cometeu e ainda enfrentar todos aqueles perrengues me leva a indagar: “Por quê?! Será que ele merecia tudo isso? Qual a finalidade disso para a vida daquela pessoa?!” Só Deus sabe e nunca iremos compreender!
[Parte 2 em 25/11/2011]
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