Matérias sobre tecnologia escritas em dezembro de 2008

Penso, logo, quero ser verde!

TI verde é como uma árvore que vem crescendo dentro das organizações de todo o mundo, nos últimos anos. Com a intenção de reduzir custos operacionais maior que o de preservar o meio ambiente, esta nova tendência vem dando frutos para as empresas e para a sociedade. Isso porque seus ramos são: redução de energia, reciclagem de equipamentos eletrônicos usados e doação de computadores para inclusão digital.

Esta preocupação corporativa em ser “verde” traz credibilidade para companhia, além de reforçar sua imagem perante os clientes. A International Data Corporation (IDC), subsidiária da International Data Group (IDG), líder mundial em mídia de tecnologia, fez um levantamento com mais de 5 mil executivos pelo mundo. Entre os entrevistados, 80% dizem que a TI verde está crescendo em importância para sua organização, ao passo que outros 43% consideram, em sua seleção de fornecedores, quão corretas são as empresas em termos ambientais.

Estima-se que até 2013, de 60 a 70% das organizações trabalhem com o ambiente virtualizado, visando diminuir o consumo de energia dos servidores. O Banco Bradesco, que se auto-denomina “Banco do Planeta”, lançou, em 2006, projetos de sustentabilidade e ecoeficiência. Sandra Stacioni Saito, responsável pela área de responsabilidade socioambiental do banco, explica que tais projetos buscam a otimização do uso de aparelhos corporativos permitindo a integração virtual de pessoas, com o objetivo de reduzir custos e emissão de gases de efeito estufa.

O Bradesco foi a primeira instituição financeira do país a receber a certificação ISO 14001 – em maio de 2006. A empresa que possui este certificado é capaz de atestar responsabilidade ambiental no desenvolvimento de suas atividades. Entre os pré-requisitos para uma companhia se certificar estão: cumprimento da legislação ambiental, diagnóstico atualizado dos aspectos e impactos ambientais de suas atividades, procedimentos-padrão e planos de ação para eliminar ou diminuir impactos ambientais, além de pessoal devidamente treinado e qualificado e campanhas internas constantes.

“A ISO 14001, trata-se de um dos vetores para o desenvolvimento de uma série de práticas ambientais, buscando ganhos de ecoeficiência em nossas operações”, diz Sandra Saito. Na prática, a gestão responsável inclui o uso racional de energia elétrica, água e outros materiais, o controle de descarte de resíduos sólidos, a coleta seletiva e a adoção do papel reciclado em praticamente todos os processos e na comunicação geral da organização, entre outras iniciativas.

O LIXO TÓXICO
Dados do Greenpeace mostram que mais de 130 milhões de PCs são fabricados por ano no mundo. E o pior: com uma vida útil cada vez menor devido ao incentivo ao consumo e às rápidas mudanças tecnológicas.

Na fabricação de um computador de 24 quilos, por exemplo, são usados 240kg de combustíveis fósseis, 22 de produtos químicos, dentre eles alguns tóxicos, além de perigosos metais pesados, como chumbo, cádmio e arsênio. O descarte de computadores, periféricos e outros equipamentos eletrônicos representa risco à saúde e ao meio ambiente, devido à penetração destes metais nos lençóis freáticos.

A reciclagem soa como a solução ideal para o problema do lixo eletrônico. Há uma sensação agradável quando os materiais são remetidos a um centro de reciclagem. Contudo, ela não reduz a produção dos equipamentos. Na verdade, ela é um incentivo aos fabricantes para manterem a produção de outros milhões de eletrônicos, e é na fabricação que são liberados os gases causadores do efeito estufa.

Além disso, os tais aparelhos possuem um processo diferente dos de outros produtos comumente recicláveis, como latas de alumínio e papel. Os antigos monitores CRT e os aparelhos televisores têm em média 6 libras de chumbo venenoso, que é a maior fonte de substância tóxica. A maior parte dos PCs e eletrônicos de consumo contém circuitos envoltos em metais tóxicos como cromo, zinco e níquel. Mesmo os plásticos contêm substâncias anti-chamas que são tóxicas.

Em média, 80% dos eletrônicos descartados das grandes empresas são enviados a países como China, Índia e Quênia, onde a população (inclusive crianças) desmonta os eletrônicos em partes e peças. Reciclar esses aparelhos envolve testar, consertar e reutilizar ou desmontá-los e extrair as matérias-primas. O trabalho é perigoso e mal pago. O processo amplia, em grandes proporções, as ameaças à água e à poluição do solo nestes países, além de poluir o ar. A revista americana Consumer Reports afirma que somente 10% dos PCs descartados são reciclados “de forma responsável”.

O ambientalista e professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Bertrand Sampaio, pensa um pouco diferente. Ele diz que a reciclagem de resíduos eletro-eletrônicos é importante,
pois evita que estes resíduos sejam lançados no lixo. “Cada vez que novos resíduos eletro-eletrônicos forem produzidos com material reciclável, evita-se o consumo de matérias primas
de fontes não-renováveis.” Para Bertrand, qualquer atividade industrial é causa do aquecimento global, como a agricultura intensiva, a circulação de automóveis etc.

O professor explica que a responsabilidade pela destinação dos resíduos eletro-eletrônicos é das empresas. A isso se dá o nome de “responsabilização pós-consumo”. Mas “os governos têm também muita responsabilidade sobre isso”, diz Bertrand. “O ideal é diminuir a produção destes resíduos. Para que isso ocorra precisamos reduzir a escala atual de produção e a velocidade da atualização tecnológica muitas vezes desnecessária.”

“A produção atual de eletrônicos é incompatível com a preservação da natureza.” Bertrand mostra que a fabricação dos equipamentos é feita de forma que eles durem pouco. “As empresas estão obrigando a população a consumir, por exemplo, uma lâmpada, que pode durar de 10 a 20 anos, sem necessidade de troca, por um prazo de somente seis meses, pois assim se vende muito mais. Quem sofre com isso é o meio ambiente e o bolso das pessoas.”

Os equipamentos eletrônicos reciclados não são de baixa qualidade, segundo o professor. “Deve-se reciclar o que for possível. Este é o princípio dos 3 Rs (Reduzir, Reutilizar e Reciclar)”, diz.

A MELHOR SAÍDA
Se reciclar não ajuda, restam duas soluções. Uma está em fazer um upgrade no PC. A substituição do hardware aumenta o tempo de vida útil do equipamento e poupa recursos de produção de novas máquinas, além de retardar o descarte. Outra solução é doá-lo para projetos de inclusão digital.

De acordo com dados do TIC Domicílios 2007, apenas 34% da população brasileira tem acesso à internet e somente 24% possui computador. É para diminuir este abismo social que projetos como o do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) existem.

Em 2005, com a renovação do seu parque tecnológico, 12.000 PCs da repartição, que seriam sucateados, foram doados para o que hoje é o Programa Serpro de Inclusão Digital (PSID). Foram criados Telecentros Comunitários em parceria com as prefeituras dos municípios, associações de moradores e ONGs.

Os espaços possuem dez estações de trabalho conectadas em rede a um servidor com acesso à internet banda larga, e oferecem à população, gratuitamente, cursos de informática básica,
capacitação profissional, prestação de pequenos serviços, como digitação e impressão de documentos, entre outros.

O primeiro Telecentro instalado pelo Serpro em Pernambuco foi no Hospital Ulysses Pernambucano, mais conhecido como Hospital da Tamarineira. Em seguida, foi instalado outro
no Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Tabira, no Sertão do estado e na Associação Pernambucana de Cegos do Recife – APEC, em que foram agregados softwares de acessibilidade. Há no total 19 Telecentros em Pernambuco, distribuídos pela Zona da Mata, Agreste, Sertão, na Região Metropolitana do Recife e em João Pessoa, na Paraíba.

“Depois que o Projeto apareceu na mídia, recebemos centenas de solicitações de Telecentros”, conta Xavier Morais (foto), coordenador regional do PSID em Pernambuco.

Para que um Telecentro seja instalado numa comunidade, há uma série de procedimentos e exigências a serem seguidas. De início é feita uma reunião com representantes do Serpro
e da entidade requerente, que deve, obrigatoriamente, ser de utilidade pública, ter inscrição no CNPJ e estar devidamente registrada em cartório. Os objetivos e regras do PSID são explanados. Entre eles estão: local que seja de fácil acesso a idosos e deficientes físicos e disponibilização de voluntários para o projeto. Uma vez aprovada a parceria, inicia-se o processo de doação de máquinas, execução dos planejamentos e, por fim, a inauguração do local.

O recondicionamento das máquinas e o treinamento dos voluntários são feitos pelos técnicos em TI do Serpro. A parceria mais recente foi firmada com o Banco do Brasil e a Celpe. Cada Telecentro possui um Conselho Gestor, formado somente por membros da comunidade e eleitos pelos próprios moradores, que fiscaliza e garante o uso racional do espaço. Só este ano já foram inaugurados 28 Telecentros, sendo 20 espalhados pelo Brasil e 8 no exterior em países como
Cuba, Haiti, Angola, Cabo Verde e São Tomé.

Valéria Santos (foto), coordenadora regional técnica do PSID em Pernambuco, expressa sua satisfação em participar deste projeto: “Ensinamos e capacitamos, mas também aprendemos muito. Os resultados são gratificantes”.

O Serpro, além de desenvolver seu programa próprio, participa, integra e desenvolve diversas ações no âmbito do Governo Federal, entre elas está o Projeto Computadores para Inclusão
(CI). Recentemente criado, o projeto CI tem como um de seus desdobramentos contribuir para a diminuição do lixo eletrônico. A Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério
do Planejamento coordena o projeto.

O CI proporciona a intensificação do processo de promoção da inclusão digital no Brasil, aliada à qualificação profissional e educacional de jovens, propiciando a sua integração social e cidadania. A meta principal do projeto é constituir uma rede nacional de captação e recuperação de equipamentos descartados ou doados, a partir de Centros de Recondicionamento de Computadores – CRCs – unidades criadas e mantidas por parceiros públicos e privados, com apoio do Governo Federal.

Recondicionar computadores significa pegar equipamentos antigos, que geralmente têm suas capacidades reduzidas, e torná-los aptos ao uso novamente por meio de limpeza, substituição ou acréscimo de componentes para melhoria de desempenho. No Projeto CI, o recondicionamento
configura os equipamentos para que atendam às necessidades de escolas públicas, bibliotecas e outros projetos de inclusão digital.

Componentes que os CRCs não conseguem aproveitar são destinados a oficinas de robótica, artesanato e metareciclagem. Plásticos e metais são enviados a cooperativas de catadores.
Os resíduos potencialmente tóxicos, como os tubos de imagem, têm destinação ambientalmente
certificada. Os centros são instalados em periferias de grandes regiões metropolitanas, facilitando a logística de recebimento de equipamentos usados.

Já existem CRCs nas cidades de Brasília-DF, o qual contou com a presença do Presidente Lula na
inauguração, Guarulhos-SP, Porto Alegre-RS, que em parceria com a PUC-RS, pretende pesquisar e desenvolver tecnologia em reciclagem de placas de circuito, em Belo Horizonte-MG, e existe um em implantação no Rio de Janeiro. As diretrizes que norteiam a seleção de projetos e de instituições responsáveis pelos CRCs podem ser encontradas no documento propositivo do CI, disponível no site do projeto.

O CI está em processo de integração à Política Nacional de Resíduos Sólidos, e ao Projeto de Lei nº 1.991/2007, encaminhado pelo Poder Executivo ao Congresso Nacional. Este Projeto de Lei define responsabilidades sobre a geração de resíduos de todos os tipos, e o papel de fabricantes,
distribuidores, consumidores e gestores públicos em todo o ciclo de vida dos produtos. Se aprovado, significará o alinhamento da legislação ambiental brasileira à dos países desenvolvidos,
no sentido da reformulação dos produtos para um “design verde” de menor impacto desde a produção até a destinação final.



Lívia Cajueiro
PARA CONHECER MAIS:
- Projeto Computadores Para Inclusão: http://www.computadoresparainclusao.gov.br/

- Decreto nº 99.658/90 - Regulamenta, no âmbito da Administração Pública Federal, o reaproveitamento, a movimentação, a alienação e outras formas de desfazimento de material: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/Antigos/D99658.htm

- Decreto nº 6.087/07 - Altera os arts. 5, 15 e 21 do Decreto no 99.658/90: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Decreto/D6087.htm

DICAS VERDES:
- Aumente a vida útil de seu computador fazendo upgrades. Se for comprar um computador, tenha a possibilidade de atualizações futuras em mente.

- Pense bem se você realmente precisa de um equipamento novo antes de trocar seu computador, celular, ou qualquer outro eletro-eletrônico.

- Doe ou venda no mercado de usados seus equipamentos antigos.

- Procure usar cartuchos de tinta ou tonner reciclados.

- Avalie se é mesmo necessário imprimir algo. Se for, ajuste a impressora para o uso de tinta mais adequado. Guarde as folhas usadas e use seu verso para anotações.



Fonte: Greenpeace
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Computador pessoal: Notebook ou Desktop?

Eles já se igualaram no preço, nas funções e na qualidade. A diferença é que um é portátil, o outro não. A ideia de compactar tudo em um objeto que permita mobilidade já conquistou gente de todas as idades. Diante das ofertas tentadoras, muitos dos usuários se vêem diante do dilema: comprar um PC ou abraçar a tecnologia móvel? Para que sua compra não seja frustrada, confira a matéria! Adolescentes como Waldeck Lira e Ariana Reithler, ambos de 15 anos, não abrem mão da privacidade para bater papo com os amigos na internet ou da tranqüilidade para fazer suas pesquisas escolares. “Eu não conseguiria viver sem meu notebook”, diz Waldeck. Ariana concorda e acrescenta: “Notebook é mais prático”.

Com telas widescreen e recursos multimídia, os notebooks podem ser levados, por exemplo, para o quarto do usuário, onde ele irá assistir a DVDs, além de servir como repositório das suas músicas e vídeos. Essa é a grande vantagem: poder levá-lo para qualquer lugar. Esse foi o motivo que levou Waldeck a adquirir um portátil, mesmo possuindo um desktop em casa. “Sou um viciado. Não consigo ficar muito tempo sem acessar a internet.” Ariana admite: “Eu não me acostumo a usar só o desktop”.

Há alguns usuários, porém, que fazem o uso híbrido dos laptops - de dia no escritório e à noite em casa - por exemplo. Nestes casos, especialistas recomendam considerar o tamanho da tela, pelo conforto que ela proporciona para quem trabalha horas seguidas. O mesmo vale para quem busca uma experiência de multimídia, fato que tem popularizado as telas widescreen, de 15,4 polegadas – lembrando, contudo, que telas maiores implicam em equipamentos mais pesados. O uso de processadores adaptados à mobilidade – como os da plataforma Centrino, da Intel, e da família Turion, da AMD – também pode pesar no desempenho da máquina e na otimização do uso da bateria.

Nas empresas, alguns setores ainda dependem da robustez do desktop para atingir o desempenho necessário aos negócios. Um desktop com as mesmas configurações – memória, disco rígido, processador – de um notebook custará, em valores absolutos muito menos. Este não é o caso de Saulo Barcelos, 42, empresário do ramo de transportes de cargas. Ele diz que não está vinculado ao computador no seu trabalho. Em casa, não se importa em utilizar um desktop para toda a família, pelo contrário, prefere o “porte” do desktop, pois já comprou dois celulares “caros” e ambos as filhinhas quebraram. “Se fosse um notebook, o prejuízo seria bem maior”, conta.
Há pessoas que precisam utilizar dois PCs, um em casa e outro no trabalho. É o caso de Aparício Rabelo, 32, advogado trabalhista. “No escritório, prefiro usar o notebook, inclusive pela mobilidade de utilizá-lo em qualquer ambiente do escritório (minha sala, sala de reunião, sala de um dos sócios etc.), mas também utilizo o desktop em casa. É para uso familiar, mas também utilizo para fins profissionais.” Aparício fala de uma desvantagem da tecnologia móvel: o risco de assaltos. “Preciso do computador portátil, sem ele não conseguiria desempenhar bem minhas atividades, por isso, às vezes deixo-o no trabalho. Não quero correr esse risco.”
Independente do tipo de PC que escolham, os consumidores devem se preocupar em adquirir produtos de uma empresa sólida, que possa prestar um bom serviço de assistência técnica e prover peças de reposição, além de ter um histórico de mercado.

Notebook
NO TRABALHO É VANTAGEM QUANDO:
► O acesso a ferramentas e informações é necessário em qualquer local, não apenas no escritório ou em casa.
► A mobilidade favorece a produtividade. Ou seja, quando sua atividade passeia por vários setores da empresa. Profissionais como designers, engenheiros, publicitários ou que trabalham com planilhas de cálculo muito complexas desempenham melhor o seu trabalho utilizando o computador portátil.

DESVANTAGENS:
► Peso e duração da bateria. Existem os ultra portáteis, finos e leves, que, por usar processadores que consomem menos, têm maior autonomia de bateria e poder de processamento adequado para o uso no dia-a-dia. Laptops assim geralmente são usados por executivos e se caracterizam por telas de até 12 polegadas.
► Risco de abusar das horas de trabalho.

EM CASA É VANTAGEM QUANDO:
► O usuário busca conforto e privacidade.
► Economia de energia e de espaço na residência.

DESVANTAGENS:
► Custo mais alto.
Desktop
NO TRABALHO É VANTAGEM QUANDO:
► O trabalho a ser desempenhado exige mais dos recursos de software e hardware.
► A robustez de um desktop proporciona maior tempo de vida útil.

DESVANTAGENS:
► Em organizações em que os profissionais precisam carregar informações para outros lugares, dentro e fora da empresa, desktops não melhoram a produtividade.

EM CASA É VANTAGEM QUANDO:
► O usuário busca economia na compra do computador.
► É necessário possuir um equipamento que proporcione maior resistência e durabilidade.

DESVANTAGENS:
► Maior consumo de energia.
► Falta de mobilidade.
► Ocupa um espaço maior na residência.

Lívia Cajueiro
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Com os dias contados...

Para a Gartner, a popularização de tecnologias como a do Nintendo Wii e do iPhone estão ajudando para que o mouse se torne obsoleto.

O pequeno dispositivo que, junto com o teclado, comanda a atividade entre o ser humano e a máquina, está prestes a se aposentar. A indústria de informática anuncia grandes mudanças nas formas de interação usuário-sistema. Modificações que caminham em direção a uma menor importância, tanto do teclado quanto do mouse e que poderiam representar, de fato, o desaparecimento deste último.

Com 40 anos de intimidade com o usuário do computador, este veterano da informática, para uso doméstico, deve ser aposentado nos próximos três ou cinco anos, segundo previsões do Gartner Group, empresa muito conceituada em pesquisa, execução de programas e consultoria. Ao invés do “velho rato”, telas sensíveis ao toque (touch screen) e dispositivos de reconhecimento facial executarão suas funções.

Apesar da versatilidade do mouse em relação à forma, tamanho e funcionamento sem fio, graças à tecnologia laser, este aparelho continua sendo um objeto a mais a ser carregado nos computadores portáteis, afastando, assim, a idéia atual de compactar tudo em um único objeto que permita mobilidade. É o que provam os analistas da Gartner, quando afirmam que o mouse ainda sobrevive enquanto está junto aos computadores de mesa, mas nos portáteis e dispositivos multimídia ele já está morto.

Os novos projetos da Microsoft, como a nova versão do sistema operacional, chamado até agora de Windows 7, que será apresentado no final de 2009, como evolução do polêmico Windows Vista, são voltados para aplicações sensíveis ao toque, sendo dessa forma uma alternativa ao mouse. Para eles, o futuro aponta para uma evolução no modo em que os usuários interagem com os sistemas (e computadores), migrando do atual mouse para o toque na tela.

Especialistas em tecnologia acreditam nas previsões da Gartner. Luiz Antonio Aguiar, consultor empresarial e professor de T.I. diz que o écran de toque já existe há muito tempo e que as previsões da pesquisa se encaixam também na realidade do Brasil. Luiz acredita que o mouse será realmente extinto, “é só uma questão de tempo e de adaptação”. A grande desvantagem, segundo o professor, é que, quando tocadas pelo dedo nu, estando o equipamento sem nenhuma proteção ou capa, as telas sujam-se facilmente. “O usuário vai precisar limpá-la com frequência”, diz.

AS TELAS “TOUCH SCREEN”
Touch screen é um tipo de tela sensível à pressão, dispensando, assim, a necessidade de outro periférico de entrada de dados, como o teclado e o mouse. A película tátil pode ser ativada com a pressão de um dedo ou de uma caneta de feltro (sem tinta). É ideal para jogos, desenho no computador ou outras atividades pedagógicas. São especialmente utilizadas em terminais bancários de distribuição de dinheiro.

A Microsoft ratifica estar unindo a habilidade de tocar e manipular diretamente, acrescentando o sentido da visão, de modo que o computador “veja” quem o utiliza. A empresa também pretende agregar a fala como um comando. O certo é que algumas das criações mais inovadoras, como o Microsoft Surface, aponta nesta direção. Através de uma tela horizontal sensível ao toque e de grandes dimensões, este produto já permite a manipulação de objetos com as mãos e conexão sem fio com todo tipo de aparelhos e serviços. Além disso, o Microsoft Surface reconhece dezenas de pontos de contato simultaneamente, por ter um sistema multitátil. A companhia avalia que as telas touch screen estão obtendo um grande sucesso entre os consumidores e, para exemplificar isso, estão o console Nintendo Wii e o iPhone, telefone celular da Apple.

ENQUANTO A ERA TOUCH SCREEN NÃO CHEGA...
A tecnologia BlueTrack dispensa o laser usado nos mouses ópticos tradicionais, usando, ao invés disto LED (diodo emissor de luz) azul e uma lente grande angular para maior sensibilidade e melhores resultados. O mouse com Blue Track pode ser usado em cima de qualquer tipo de superfície, o que é uma ótima notícia para usuário de notebooks.

O SideWinder X8, criado especialmente para jogos, possui uma resolução de 4.000 dpi, 75g de aceleração máxima, processamento de imagens de 13.000 frames por segundo e um transmissor de 2.4GHz. Segundo a Microsoft, a bateria funciona por 30 horas com uma única carga, e há também a opção de usar um cabo para recarregar a bateria enquanto joga. O mouse Microsoft SideWinder X8 deve ser vendido a partir de fevereiro do ano que vem por US$ 99.

Lívia Cajueiro

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