Respirando Tribos Urbanas - 25/09

Pr. Ariovaldo Jr.*

A figura ilustre que é o pastor Ariovaldo iniciou sua palestra lendo um texto que escrevera pouco tempo antes de subir ao palco, inspirado nos temas discutidos até então na Conferência. Foi este:

Eu choro pela minha geração. Sinto como se estivéssemos tão perto e ao mesmo tempo tão longe de uma fé que colocava o sorriso no rosto do homem queimado na fogueira por se recusar a negar a Jesus, o Cristo. Pois sabia que todo sofrimento e agonia não durariam mais do que alguns minutos… e que sua mulher e seu filho, amarrados ao seu lado, experimentariam de gozo eterno, incomparavelmente melhor do que qualquer coisa conhecida nesta vida. Aquela era uma época em que retroceder não era uma opção.

Hoje temos tudo e ainda sim falta tudo.

Nos falta a guerra… o sangue sendo derramado e a coragem de preferir que este sangue seja o nosso.

A tarefa passada por Tyler Durden no filme Clube da Luta quando diz “provoque uma briga com alguém desconhecido e perca”, nos parece absurda por que nos recusamos veementemente a perder.

Nos falta a convicção de que o anonimato é poderoso no Reino de Deus. Nos esquecemos de que o Reino é movido pelas orações feita no quarto, e não pelos pregadores nos púlpitos.

Que nossos púlpitos são as ruas… nossa pregação é nas conversas com estranhos.
Nossa vitória está na discussão inflamada de paixão… que não tenta argumentar a favor de Deus, mas revela as maravilhas que só quem possui o Santo Espírito é capaz de compreender.

Onde estão os profetas de nossa geração? Até quando acreditaremos nas mentira que nos foram contadas?

Até quando teremos medo do espírito de devorador? Porque o mundo precisa de homens como João Batista, que comia devorava o gafanhoto devorador…

Sinto falta em nossa literatura contemporânea das histórias fantásticas. Cadê os exemplos de garotos franzinos que vencem guerreiros gigantes pelo poder de Deus? Dos homens que montam um exército com uma multidão de angustiados e endividados. Ou será que isto não acontece na nossa realidade. Ou será que perdemos a capacidade de contar histórias com toda a beleza inspiradora de um evangelho que nunca morre?

Nossa fé perdeu a relevância ou nós é que estamos olhando tudo pela ótica equivocada?
Somos cansados, mas não desanimados. Perplexos, mas não desamparados.

Nós somos aqueles que escrevem a história da igreja.

E que nosso nome seja esquecido. Mas um dia as pessoas dirão “NAQUELE LUGAR HOUVE UM POVO QUE FEZ COISAS INCRÍVEIS. E POR ISSO NÓS ENCONTRAMOS A SALVAÇÃO TRAZIDA PELO FILHO DE DEUS”.



Para que o ministério de evangelismo seja eficaz, os evangelistas precisam atentar para uma coisa: atingir com simplicidade e sinceridade.

É preciso entender a igreja como ela é: um organismo e não uma organização. Aliás, a organização deve ser refém do organismo, e não o contrário. As organizações buscam se perpetuar em si mesmas, mas um dia terão um fim. Mas o foco de todo organismo é a reprodução, e é assim que ele se perpetua, através das suas informações genéticas. Mas os organismo morrem e, como organismo, a igreja morre...

Atos 2 nos fala da igreja primitiva. Alguém pode dizer que a igreja primitiva ainda existe? Há alguma placa de igreja dizendo que ela é a mesma da igreja de Atos 2? Não! A igreja primitiva morreu. É estranho falar que a igreja morre, mas é verdade. A solução não é ressuscitar a igreja primitiva e implantá-la em nosso meio, pois os tempos são outros. Seria uma aberração essa igreja nos tempos atuais. O que deve haver é o mesmo fundamento em Jesus.

É preciso construir uma igreja para o nosso tempo, fundamentada em Cristo, edificada para os propósitos de Deus. Uma igreja que frutifique hoje para que os seus fins sejam gloriosos.

Segundo Ariovaldo, nossa geração não sabe viver para o evangelho, por isso não se considera pronta para morrer por ele.



* Ariovaldo Jr. é líder do ministério Manifesto, em Uberlândia-MG, que trabalha com missões urbanas e evangelismo. (www.ariovaldo.com.br)

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