Nesta era de informação rápida e globalizada o jornal impresso parece ter se tornado limitado. Adaptar-se a novos formatos e aderir às novas tecnologias em comunicação é a única saída para a sobrevivência. Recife tem se revelado um grande produtor de tecnologia digital, como softwares e aparelhos. Profissionais multimídia, como os webjornalistas estão brotando deste solo. O interesse de seus cidadãos pela Internet é cada dia maior, vemos isso pela quantidade de Lan Houses espalhadas por aí. Mas o conteúdo líder de consumo massivo aqui ainda não é a informação, a notícia, mas o entretenimento.
Recife acompanhou a evolução do jornalismo. Sempre muito envolvido em interesses políticos, Pernambuco teve seu primeiro jornal em 1823, o Typhis Pernambucano, lançado por Frei Caneca, 15 anos após o lançamento do primeiro jornal impresso no Brasil – a Gazeta do Rio de Janeiro. É de Recife também o jornal mais antigo em circulação na América Latina: o Diário de Pernambuco foi criado em 1825 pelo tipógrafo Antônio Miranda Falcão. A informatização chega ao Brasil e em 1986, em Florianópolis, o Diário Catarinense torna-se o primeiro jornal totalmente informatizado da América Latina. Somente em 1995 os jornais brasileiros descobrem o território da Internet. O JB Online foi o primeiro jornal eletrônico do país. No ano seguinte, a Folha Online passa a ser o primeiro jornal em tempo real em língua portuguesa.
Em Recife, O JC Online, portal do Sistema Jornal do Commercio de Comunicação, foi o primeiro site de notícias de Pernambuco. Em 1996 o JC chegou à web com imagens, links e layout próprio para os navegadores. Nessa época, foi acertada a parceria com o Universo Online (UOL). Ao longo dos anos, o JC Online ganhou novos serviços, lançou produtos e se tornou portal, oficialmente, em 20 de fevereiro de 2002.
O jornalismo na Internet (ou webjornalismo) de Recife mostra-se ainda tímido. Os portais de notícias são recentes e, em sua maioria, apenas reproduzem o conteúdo do jornal impresso e ainda assim, só é disponibilizado na íntegra para os assinantes. Não há sites exclusivamente de notícias, todos se caracterizam como portais. Quando se fala de jornalismo em tempo real, a coisa se complica ainda mais. A frequência de atualizações e a diversidade de conteúdos publicados ainda deixam a desejar se compararmos ao Folha Online, por exemplo. Se em 12 horas os portais de notícias recifenses fazem em média 200 atualizações, o Folha faz mais que o triplo.
Por outro lado, os webjornalistas de Recife entenderam que a segmentação dos conteúdos e a plataforma multimídia são bases fortes para manter a audiência e nisso não pecam. O uso de hiperlinks, que são “caminhos” no texto que levam o leitor a obter mais informações sobre o assunto, é feito com moderação e, em sua maioria, possibilitam o leitor navegar somente pelo próprio portal.
O fenômeno dos blogs também leva muitos internautas a produzirem notícias. Em Recife, como no resto do Brasil, o que não falta são blogueiros fazendo papel de jornalistas.
Um destaque no webjornalismo de Recife é o jornalismo participativo. Uma fatia significativa dos vídeos e das pautas parte da iniciativa dos internautas. É que quando se tem uma câmera à mão, como no celular, por exemplo, estar em cima do fato torna-se mais fácil. E aí é só enviar para as (web)redações e num instante a sua produção estará sendo compartilhada com o resto do mundo através da grande rede. Quem sabe até entre nas pautas do telejornalismo. Se isso acontecer é felicidade total para o internauta/telespectador que cada vez mais se interessará em enviar conteúdo, deixando sempre garantida a sua audiência e a dos amigos e familiares.
Lívia Cajueiro
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